A inflação das milhas é um fenômeno que acontece quando as companhias aéreas e programas de fidelidade aumentam a quantidade de milhas ou pontos necessários para resgatar passagens, upgrades ou outros benefícios. Na prática, significa que a mesma viagem que antes exigia, por exemplo, 50 mil milhas, agora pode custar 70 mil ou mais.
Em 2025, esse tema se tornou ainda mais relevante. Muitos programas ajustaram suas tabelas, reduziram promoções ou passaram a exigir mais pontos para os mesmos resgates. Além disso, a alta procura por passagens e as mudanças econômicas globais contribuíram para acelerar a desvalorização das milhas, impactando diretamente quem acumula e utiliza esse tipo de moeda.
O objetivo deste artigo é ajudar você a entender como funciona essa inflação, como proteger o seu saldo de milhas e, principalmente, como seguir viajando mais e melhor, gastando menos. Ao longo do texto, apresentaremos estratégias práticas para enfrentar esse cenário e aproveitar ao máximo seus pontos em 2025.
O Que É Inflação das Milhas e Por Que Acontece?
Inflação das milhas é o processo pelo qual os programas de fidelidade passam a exigir mais pontos ou milhas para os mesmos resgates de passagens, produtos ou serviços. Ou seja, a cada ajuste feito, a sua milha vale menos, e você precisa de mais saldo para obter o mesmo benefício.
Esse fenômeno ocorre por diversos motivos. A primeira causa são os ajustes de tabela de resgate, quando os programas revisam suas políticas e aumentam o custo em pontos de determinadas rotas ou serviços. Muitas vezes, essa mudança acontece de forma repentina e sem aviso prévio, prejudicando quem acumula milhas a longo prazo.
Outro fator importante é a redução de promoções e bonificações. Programas que antes ofereciam transferências bonificadas frequentes ou resgates promocionais podem reduzir essas oportunidades, tornando mais caro o uso eficiente das milhas.
Além disso, o aumento da demanda por passagens e os custos operacionais das companhias aéreas também impactam diretamente. Com mais pessoas buscando viagens, especialmente após a recuperação do setor aéreo, os programas tendem a aumentar os valores de resgate para equilibrar a oferta e a demanda.
O resultado de tudo isso é a desvalorização real das milhas. Em outras palavras, quem acumula pontos e demora para utilizá-los acaba vendo seu poder de compra diminuir com o tempo. Por isso, é fundamental entender esse movimento e adotar estratégias para proteger seu saldo e fazer com que ele renda mais.
Exemplos Recentes de Inflação de Milhas
Em 2025, diversas mudanças significativas ocorreram nos principais programas de milhas, impactando diretamente o planejamento de quem deseja viajar utilizando pontos. Esses ajustes reforçam a tendência de inflação das milhas e mostram como é essencial acompanhar as atualizações dos programas para evitar surpresas desagradáveis.
Um dos exemplos mais marcantes foi no programa Smiles. O custo de resgates em parceria com a Air France aumentou em aproximadamente 40% em relação ao ano anterior. Trechos que antes custavam cerca de 70 mil milhas passaram a exigir mais de 100 mil, especialmente nas classes premium.
Outro ajuste importante ocorreu no programa da Azul, que elevou o custo de resgates vinculados ao programa de fidelidade All Accor. Muitos viajantes que combinavam hospedagem e passagens perceberam uma alta considerável no número de pontos necessários para completar suas reservas.
No cenário internacional, o Iberia Plus também implementou mudanças expressivas. A tabela fixa de resgates foi atualizada em 2025, resultando em um aumento médio nos custos de emissões com Avios, especialmente para voos entre a América do Sul e a Europa. Isso afetou diretamente brasileiros que utilizam o programa para viagens à Espanha e outros destinos europeus.
Esses aumentos foram notados em diversas rotas famosas, como São Paulo a Paris, São Paulo a Lisboa e São Paulo a Madri, com elevações que variaram entre 20% e 50% dependendo da classe e da disponibilidade.
Todas essas mudanças afetam o planejamento de viagens, exigindo que quem acumula milhas seja mais estratégico. É necessário buscar antecipar resgates antes de novas atualizações, diversificar programas de fidelidade e estar atento às promoções sazonais que podem amenizar os efeitos da inflação das milhas.
Como Proteger Seu Saldo de Milhas da Inflação
Proteger o saldo de milhas da inflação é essencial para garantir que seus pontos mantenham valor e que você consiga realizar suas viagens gastando menos. Existem estratégias práticas que ajudam a minimizar os impactos da desvalorização.
Evite Acumular Sem Planejamento
Acumular milhas sem ter um objetivo claro é um dos erros mais comuns e arriscados. As chamadas “milhas sem destino” ficam paradas na conta, sujeitas a desvalorizações constantes causadas por mudanças nos programas e ajustes nas tabelas de resgate.
O ideal é definir antes o destino, a companhia aérea ou o benefício que você deseja utilizar, e então acumular pontos com foco nesse objetivo. Assim, você reduz o risco de perder valor no saldo e aumenta a eficiência do seu acúmulo.
Antecipe Emissões Importantes
Emitir passagens com antecedência é uma das melhores formas de garantir tarifas menores e evitar o impacto das futuras atualizações nas tabelas de resgate. Quanto antes você reservar, maiores são as chances de encontrar disponibilidade e pagar menos milhas.
Uma boa prática é optar por passagens ou serviços com possibilidade de cancelamento gratuito ou alteração, oferecendo flexibilidade caso os planos mudem. Assim, você protege suas milhas e mantém liberdade de escolha.
Aproveite Promoções de Transferência Bonificada
As promoções de transferência bonificada são oportunidades valiosas para dobrar ou até triplicar o valor dos seus pontos. Programas como Esfera, Livelo e C6 Átomos frequentemente oferecem campanhas com bônus que podem variar entre 30% e 100%, dependendo da parceria e da época.
Ficar atento a essas promoções e transferir pontos apenas nesses momentos é uma das formas mais eficazes de proteger o saldo da inflação, além de acelerar o acúmulo necessário para futuras emissões.
Diversifique Programas de Fidelidade
Concentrar todos os seus pontos em um único programa aumenta o risco de ser impactado pelas mudanças específicas daquele programa. Por isso, diversificar é fundamental.
Manter saldo em programas de pontos flexíveis, como Esfera, Livelo ou C6 Átomos, oferece maior liberdade para escolher quando e para qual parceiro transferir, conforme as promoções ou necessidades de viagem.
Além disso, explorar diferentes programas permite aproveitar vantagens exclusivas de cada um, reduzindo o impacto da inflação e ampliando as opções para emissão de passagens ou outros benefícios.
Estratégias Avançadas Para Valorizar Suas Milhas em 2025
Com o aumento constante da inflação das milhas, é fundamental adotar estratégias avançadas para garantir que seu saldo renda mais e permita viagens vantajosas. Em 2025, algumas práticas se destacam como essenciais para extrair o máximo valor dos programas de fidelidade.
Como usar programas parceiros e aliança de companhias aéreas
Um dos melhores caminhos para valorizar suas milhas é aproveitar as parcerias e alianças entre companhias aéreas. Por meio de programas como Star Alliance, Oneworld e SkyTeam, você pode emitir passagens em diversas companhias utilizando milhas acumuladas em um único programa.
Por exemplo, milhas acumuladas no programa Smiles podem ser usadas para emitir passagens em companhias como Air France ou KLM. Já quem acumula Avios no Iberia Plus pode emitir voos na British Airways ou na Qatar Airways. Isso amplia as possibilidades de destinos e permite buscar emissões com melhor custo-benefício, evitando rotas onde houve maior inflação de milhas.
Estratégias de emissões mistas: milhas + dinheiro
Outra alternativa eficaz é usar emissões mistas, que combinam milhas e dinheiro. Muitos programas oferecem essa possibilidade, permitindo que o viajante pague parte da tarifa com pontos e complemente com valores em dinheiro.
Essa estratégia é especialmente útil quando não se tem o saldo total necessário para a emissão ou quando o custo em milhas está elevado demais. Além disso, facilita a antecipação de viagens sem esperar acumular um saldo maior, aproveitando tarifas promocionais ou datas específicas.
Aproveitamento de sweet spots: rotas ainda vantajosas em 2025
Apesar da inflação das milhas, ainda existem sweet spots, que são aquelas rotas ou emissões onde o custo-benefício continua muito favorável. Em 2025, alguns exemplos incluem emissões em classe executiva para a América do Sul usando programas como Alaska ou emissões de curta distância dentro da Europa utilizando Avios.
Outra rota interessante é entre o Brasil e o Panamá com a Copa Airlines via programas parceiros, que ainda oferece resgates competitivos. Também vale destacar que voos domésticos no Brasil podem ser vantajosos com milhas Azul ou Latam Pass, principalmente em trechos promocionais ou de menor demanda.
Mapear esses sweet spots e focar neles na hora de planejar viagens é uma forma inteligente de minimizar o impacto da inflação e aproveitar ao máximo cada milha acumulada.
Como Monitorar a Inflação das Milhas e Se Antecipar
A inflação das milhas, assim como a inflação econômica, acontece de forma gradual ou repentina, dependendo das estratégias das companhias aéreas e dos programas de fidelidade. Por isso, monitorar essas mudanças e se antecipar é essencial para proteger seu saldo e garantir emissões vantajosas.
Sites, blogs e newsletters confiáveis sobre milhas e programas de fidelidade
O acompanhamento de fontes confiáveis é indispensável. Blogs especializados em milhas e programas de fidelidade frequentemente divulgam com antecedência rumores ou confirmações sobre mudanças de tabela, promoções de transferência bonificada e outras informações relevantes.
Alguns exemplos incluem sites como Melhores Destinos, Passageiro de Primeira e Pontos pra Voar, que possuem newsletters semanais para quem quer se manter atualizado. Grupos e fóruns nas redes sociais também são úteis para troca de experiências e informações em tempo real sobre ajustes nos programas.
Importância de manter-se informado para decisões rápidas
Em um cenário onde a inflação das milhas é uma realidade constante, a velocidade na tomada de decisão se torna um diferencial. Emitir uma passagem antes de um ajuste de tabela ou aproveitar uma promoção de transferência bonificada exige informação rápida e precisa.
Por isso, manter uma rotina de monitoramento e investir tempo em aprender sobre o funcionamento dos programas é o melhor caminho para evitar surpresas desagradáveis e continuar viajando mais e melhor, mesmo com a inflação afetando o valor das milhas.
Mitos e Verdades Sobre Inflação das Milhas
A inflação das milhas é um tema que gera muitas dúvidas e crenças no universo dos viajantes. Para ajudar a esclarecer, reunimos alguns dos principais mitos e verdades sobre esse assunto.
“Milhas sempre perdem valor” — verdade ou exagero?
Esta é, em parte, uma verdade. De fato, historicamente, a maioria dos programas de fidelidade promove ajustes periódicos que encarecem os resgates, seja por mudanças de tabela, eliminação de rotas vantajosas ou redução de promoções. No entanto, existem exceções e oportunidades. Alguns programas lançam promoções agressivas, oferecem transferências bonificadas ou criam novos sweet spots. Portanto, embora a tendência seja de desvalorização ao longo do tempo, o valor das milhas pode ser otimizado com informação e estratégia.
“Vale mais esperar para acumular mais” — nem sempre!
Muitos acreditam que o ideal é acumular o máximo de milhas possível antes de emitir passagens. No entanto, esperar demais pode ser prejudicial. A inflação das milhas pode tornar a mesma viagem muito mais cara em pouco tempo. Além disso, promoções de transferência bonificada são cíclicas e podem ser melhor aproveitadas com um planejamento flexível, que envolva emissões assim que oportunidades vantajosas surgirem, e não necessariamente quando se acumula uma grande quantidade.
A ilusão das “milhas eternas” e por que elas caducam e desvalorizam
Outro mito comum é acreditar que milhas são um ativo que pode ser guardado indefinidamente, como uma poupança. A realidade é que a maioria dos programas estabelece prazos de validade, que podem variar de 12 a 36 meses, dependendo das regras e das movimentações na conta. Além disso, mesmo que as milhas não expirem, o risco da inflação e de mudanças desfavoráveis nas tabelas de resgate é constante.
Por isso, é fundamental adotar uma visão estratégica: acumular com propósito, monitorar as regras do programa e planejar emissões inteligentes, evitando que as milhas percam valor com o tempo.
Conclusão
A inflação das milhas é um fenômeno real e inevitável, que impacta diretamente quem acumula pontos para viajar. Ajustes de tabela, redução de promoções e o aumento da demanda fazem parte do cenário atual, principalmente em 2025, quando muitos programas já realizaram mudanças importantes.
No entanto, é possível proteger seu saldo e até tirar proveito dessas mudanças com um planejamento estratégico. Emitir passagens com antecedência, diversificar programas, aproveitar promoções e evitar acumular milhas sem um objetivo definido são práticas essenciais para manter o valor dos seus pontos e garantir viagens mais vantajosas.
Comece a aplicar essas estratégias hoje mesmo e transforme a inflação das milhas em apenas mais um desafio superado no seu caminho para viajar mais e melhor em 2025.
